Não aplicar castigo não significa que não estabelecemos limites.

Em vez de repreender devemos optar por reforçar o bom comportamento.

Na rádio Vagos FM com a Veterinária Dra. Ana Neves

Fonte: Vagos FM

Rúbrica com a Dra. Ana Neves

Olá a todos!

O meu nome é Ana Neves, médica veterinária na ClinicZoo – Clínica Veterinária de Vagos, e dou-vos as boas-vindas a mais uma rúbrica dos “Minutos Vet”.

Esta semana, vou falar-vos sobre o porquê de não castigar o seu animal de estimação. O castigo, seja de que natureza for, é desaconselhado por vários motivos. O castigo físico, de uma forma muito óbvia, pode provocar lesões corporais no animal, algumas delas bastante severas. Por outro lado, o castigo gera emoções negativas, como medo, ansiedade e frustração de forma regular e contínua. Estas emoções vão gerar stress no animal, e, tal como no ser humano, o stress desta forma tem consequências para a saúde do animal. Além disso, o medo e a ansiedade diminuem a capacidade de aprendizagem dos cães, tornando-se cada vez mais difícil introduzir os comportamentos desejados pelos tutores. Estas emoções também podem gerar comportamentos indesejados, como agressividade, reatividade, comportamentos compulsivos, comportamentos destrutivos, urina e fezes em locais inapropriados para o tutor, entre outros. O castigo gera confusão no animal, que pode interpretar de outra forma aquilo que o tutor está a tentar que ele aprenda.

Costumo dar o exemplo de ensinar o cão a fazer as necessidades fora de casa. Cada vez que o cão faz as necessidades dentro de casa e o dono ralha, a associação que um animal pode fazer é de que não pode fazer as necessidades à frente do dono. Muitas vezes, ouço doutores dizerem que vão à rua com os seus cães, que moram na rua, e os cães fazem as necessidades na rua. No entanto, quando chegam a casa e viram as costas, o cão faz as necessidades no primeiro tapete que apanha. Portanto, o cão aprendeu que não pode fazer as necessidades à frente do seu tutor, mas não que fazer as necessidades dentro de casa não é correto.

Finalmente, o castigo prejudica o vínculo entre o animal e o seu tutor, em vez de estabelecer uma relação de confiança e saudável. O animal passa a ter medo ou a ficar ansioso sempre que aquela pessoa se aproxima. Não aplicar castigo não significa que não se estabeleçam limites no comportamento do animal. Significa, sim, que devemos recompensar o bom comportamento, em vez de punir comportamentos que não queremos que o animal repita. Muitas vezes, o comportamento que estamos a tentar suprimir ou corrigir é um comportamento natural da espécie.

Esta semana é tudo. Obrigada e até para a semana.

Palavras Chave

  • Castigo

  • Comportamentos

  • Emoções

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