Obstrução Urinária Felina
A obstrução urinária felina é uma doença que afeta, principalmente felinos machos e é considerada uma urgência clínica.
Na rádio Vagos FM com a Veterinária Dra. Ana Neves
Fonte: Vagos FM
Transcrição do áudio de Dra. Ana Neves
Olá boa tarde a todos. O meu nome é Ana Neves, sou médica veterinária na ClinicZoo – Clínica Veterinária de Vagos. Bem-vindos a mais uma rubrica minutos VET. Esta semana vou falar sobre a obstrução urinária felina.
É uma doença muito comum em gatos, talvez a doença do trato urinário mais frequente em gatos machos. Afeta principalmente os gatos que vivem no interior, que não têm acesso ao exterior e obesos. Há vários fatores que promovem o aparecimento desta condição clínica nomeadamente a própria anatomia do gato, uma vez que a uretra peniana é muito mais estreita do que o resto da uretra que vai até a bexiga, o que permite a acumulação de detritos, sangue e cálculos nesta extremidade, provocando desta forma a obstrução. Alguns casos em que é idiopática, em que não se consegue definir exatamente qual é que é a causa do problema.
A obesidade e o stress também são fatores que condicionam o aparecimento deste problema. Os sinais da doença, os sintomas alguns donos confundem com a obstipação, com a dificuldade em defecar uma vez que veem os gatos muito tempo em esforço nas liteiras e pensam, e é facilmente confundível com a dificuldade em defecar quando, na realidade, o que eles estão a fazer é tentar urinar e não conseguem ou conseguem, numa fase inicial, fazer pequenas quantidades de urina. Alguns donos sim, é isso que o que os chama a atenção ao facto dos gatos irem à liteira e estas estarem secas ou existirem pequenas quantidades de urina em vez de existir uma quantidade grande de urina, como é normal acontecer.
Em casos mais, portanto, para além da disúria que esta alteração na micção, em casos mais avançados, nós podemos ter animais com vómito mais prostrados e morte. A urina, o que faz é permitir a expulsão de metabolitos que são tóxicos para o organismo e que resultam metabolitos estes que resultam da metabolização dos alimentos e, tal como parte dos metabolitos são eliminados nas fezes, há uma parte que é eliminada na urina. Quando a urina não é expulsa e a bexiga vai ficando cheia, cheia, cheia até uma determinada capacidade e inflama depois a parede da bexiga, o que vai acontecer é que estas substâncias tóxicas ficam na corrente sanguínea e aumentam na corrente sanguínea o que, a partir de um determinado nível, pode inclusivamente provocar a morte do animal, provoca dano renal também.
O tratamento vai depender muito da fase em que a doença se encontra. Em fases mais iniciais o tratamento é um, à partida, com medicação oral à alteração da dieta, etc. pode-se conseguir contornar este problema em situações em que a obstrução já é completa, muito provavelmente o animal vai ter que ser algaliado, esta bexiga vai ter que vai ter que ser feita lavagem vesical e depende do estado em que está, situações mais avançadas encontramos muitas vezes alterações renais, alterações cardíacas associadas que inclusivamente um simples facto de ter que se sedar um animal para colocar uma algália, depois vaziar a bexiga a constitui um risco para o animal, portanto, esta situação deve ser avaliada pelo Clinico que assiste o animal.
É importante a realização de exames complementares de diagnóstico como análise de urina com cultura, raio X, ecografias e análises. Os raios X e ecografia vão permitir despistar outro tipo de doenças, como a presença de cálculos urinários, ou seja, pedra na bexiga, a presença de alguma massa, etc, que é sempre importante despistar para tentar perceber se houver recaídas, o que é que poderá estar por trás dessa recaída?
O prognóstico depende também da fase da doença, ou seja, em fases iniciais o prognóstico é bom mas, em processos são muito avançados, o prognóstico pode ser reservado ou mau. Muitas vezes é uma doença que se vai manifestar mais vezes no futuro, ou seja, pode recidivar. Há muitos jogados que fazem estes quadros obstrutivos que tendem mais tarde a voltar a ter recaídas e a voltar a ter. Nestas situações há formas de tentar prevenir através da alteração da alimentação do animal, para introduzindo dietas clínicas que vão ajudar a manter um PH ácido da urina, impedem o depósito de cristais, etc. e assim impede que o animal volte a fazer esta obstrução urinária.
O que eu quero salientar agora, para terminar, é que é uma urgência clínica. Se vir o seu animal em dificuldades a urinar, quanto mais cedo o tratar melhor. Às vezes o esperar para o dia seguinte para ver se resolve, pode determinar aqui , inclusivamente, a sobrevivência do animal.
Por esta semana é tudo!
Obrigada e até para a semana.
Palavras Chave
Obstrução Urinária
Felinos machos
Urgência Clínica