Castração e problemas de comportamento.

Será que a castração resolve os problemas de comportamento dos nossos companheiros de 4 patas?

Na rádio Vagos FM com a Veterinária Dra. Ana Neves

Fonte: Vagos FM

Transcrição do áudio de Dra. Ana Neves

Olá boa tarde a todos. O meu nome é Ana Neves, sou médica veterinária na ClinicZoo – Clínica Veterinária de Vagos. Bem vindos a mais uma rubrica Minutos Vet. Esta semana vou falar-vos sobre castração e problemas de comportamento.

Será que a castração resolve os problemas de comportamento? Este assunto vem porque é frequente em consulta, quando temos animais mais agitados ou até mesmo agressivos, os tutores pedem para castrar de forma a acalmar o animal. Será que resulta?

Em primeiro lugar é importante, é fundamental fazer uma avaliação comportamental do animal e perceber o que é que está na origem desse comportamento antes de optar pela cirurgia de castrar.

Quando é que está sempre indicado fazermos a castração para modificação de comportamentos? Quando temos comportamentos que são desencadeados pelo efeito da testosterona em machos, nomeadamente a marcação de território com urina, os comportamentos de monta, comportamentos de fuga quando o intuito é ir ter com uma cadela ou uma gata que estão em sios e quanto temos agressividade entre machos da mesma espécie.

Quando se faz a cirurgia a um animal e portanto, é retirado a fonte de produção de testosterona ou de estrogénios o que é que vai acontecer? Há uma mudança hormonal no organismo e como diminui o estrogénio e a testosterona, o cérebro vai dar indicação, vai estar a produzir 2 hormonas que são a lh e fsh, que estimulam a produção das outras. Assim, o que é que vai, o que vai acontecer é que estes animais vão ter no futuro níveis de lh e de fsh aumentados. Está provado que estas 2 hormonas produzidas pela hipófise aumentam a ansiedade dos animais. Então, quando nós temos animais com comportamentos de agressividade ou de ansiedade e os castramos aquilo que nós estamos a fazer é aumentar estas hormonas e a torná-los ainda mais ansiosos e ainda mais agressivos e aquilo que vamos estar a fazer e a potenciar ainda mais este comportamento.

Há uma outra situação relacionada com as fêmeas que vêm de ninhadas com muitos machos. Elas são influenciadas durante o período da gestação, são influenciadas pela pró, pela testosterona produzida por esses machos. Os estrogénios que vão produzir a partir da puberdade vão anular este efeito, digamos assim, da testosterona. Quando castramos estas fêmeas, aquilo que nós vamos ter são cadelas que passam a assumir mais comportamentos de macho, como cadelas e gatas, como, por exemplo, a marcação de território e muitas vezes também a agressividade. Portanto, é necessário ponderar muito bem. O único motivo pelo qual a castração pode tornar os animais mais parados e pelo simples facto de aumentar a probabilidade diminui o metabolismo e os animais tendem a ser mais obesos, portanto, tendem a aumentar e ir aumentando de peso e depois entramos num ciclo vicioso de aumento de peso, menos ativos e menos ativos ainda aumenta mais o peso e por aí fora. Portanto, nestas situações acontece que eles fiquem mais calmos, mas quando temos animais com problemas de medos de ansiedade e, algum tipo de agressividade deve-se ponderar muito bem se se deve fazer a castração ou não, sob pena de termos animais com comportamentos ainda piores portanto, vamos piorar este comportamento.

Por esta semana e tudo até para a semana.

Palavras Chave

  • Castração

  • Animais de companhia

  • Comportamentos

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