Transmitida por mosquitos, causa febre e vastas perdas económicas.

Na rádio Vagos FM com a Veterinária Dra. Ana Neves

Fonte: Vagos FM

Rúbrica com a Dra. Ana Neves

Olá a todos!

O meu nome é Ana Neves, médica veterinária na ClinicZoo – Clínica Veterinária de Vagos, e dou-vos as boas-vindas a mais uma rúbrica dos “Minutos Vet”.

Hoje não vou falar nem de cães nem de gatinhos. Vou aproveitar o facto de terem vindo a público notícias sobre uma doença diferente que afeta ovinos, chamada língua azul, também conhecida como febre catarral-ovina, para esclarecer um pouco sobre o que se está a passar e do que trata esta doença. Esta doença afeta principalmente ovinos.

Pode afetar também, embora seja menos provável, bovinos e caprinos. Ela provoca, no fundo, um inchaço da língua, febre nos animais afetados e aborto nas fêmeas gestantes. Portanto, o principal impacto desta doença não é tanto uma questão de saúde pública, no sentido em que não é transmissível ao homem, mas sim as elevadas perdas económicas que acarreta.

Existem vários tipos de vírus diferentes que podem provocar esta doença, ou seja, vários serotipos. O que tem acontecido ultimamente é que existe um serotipo que é o serotipo 3, para o qual os animais não estavam vacinados e que tem afetado principalmente os animais na zona do Alentejo, que é uma área de latifúndio, com grandes rebanhos, e com graves perdas económicas para os produtores cujos rebanhos têm sido afetados. Até à data, não há casos registados nem em Aveiro nem nos distritos vizinhos: Porto, Viseu e Coimbra. Portanto, a nossa zona, para já, não está afetada; não há casos reportados.

A doença não é transmissível entre animais; entre ovinos, não é contagiosa entre eles. No entanto, é transmitida por um vetor, neste caso um mosquito que transmite o vírus de animais infetados para animais saudáveis. O que é importante perceber é que o mosquito vive normalmente em zonas quentes, o que talvez não fosse expectável nesta altura do ano.

Portanto, o surto que está a ocorrer está relacionado com o elevado número de mosquitos infetados que transportam este vírus e deve estar associado às alterações climáticas e ao aumento de temperatura que tornam possível o crescimento deste mosquito. A DGAV veicula frequentemente informações e atualizações sobre esta doença. Nomeadamente, encontra no site, no portal da DGAV, informações sobre medidas preventivas em edital, e essas medidas vão incidir sobre a vacinação dos animais com este serotipo 3. Portanto, a última informação que lhes está a ser divulgada incide também sobre as medidas a adotar em caso de transporte de animais de zonas infetadas para zonas que não estão infetadas, de forma a evitar trazer para áreas que não estão infetadas este mosquito infetado e impedir a disseminação nesses locais.

Por esta semana, é tudo. Obrigada. Até à próxima.

Palavras Chave

  • Ovinos

  • Língua Azul

  • Febre

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